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The Last of Us, o medo e os ataques de pânico de Joel Miller

Atualizado: 28 de mar.

joel the last of us
O personagem Joel da série The Last of Us teve ataques de pânico

ALERTA: Spoilers!


Estou gostando muito da nova série da HBO, The Last of Us, uma adaptação da franquia de jogos eletrônicos homônima. O episódio 6 da primeira temporada me chamou bastante a atenção, especialmente pela cena em que Joel apresenta ataques de pânico.


A história se passa em um cenário pós-apocalíptico, 20 anos após uma pandemia causada pela mutação do fungo Cordyceps, que controla o cérebro e transforma os seres humanos em criaturas canibais, conhecidas como "infectados".


Em setembro de 2003, Joel perde sua filha, Sarah, assassinada por um soldado que os confunde com infectados. Desde então, ele vive atormentado pela culpa, matou pessoas para sobreviver, tornou-se contrabandista e um homem frio. Mas, 20 anos depois, Joel assume a missão de levar Ellie, uma adolescente imune ao fungo, até a base do grupo miliciano Vaga-lumes, onde pretende-se desenvolver uma cura.


Inicialmente, Ellie é apenas uma carga para Joel, que a trata com hostilidade. No entanto, com o tempo, eles começam a confiar um no outro, estreitam laços e desenvolvem uma relação paternal. Diante disso, surge um novo medo em Joel, o medo de fracassar novamente, ele não conseguiu salvar a sua filha e agora teme não ser capaz de proteger Ellie. Nesse contexto, Joel começa a ter ataques de pânico.


O que é um ataque de pânico?


Sabemos que todas as emoções têm uma função importante: a ansiedade nos prepara para o futuro, a tristeza sinaliza que perdemos algo ou alguém, a raiva indica que estamos diante de uma injustiça, e o medo tem uma função protetiva. Afinal, se não tivéssemos medo, poderíamos nos arriscar em diversas situações perigosas, que poderiam até nos levar à morte.


Mas, o mesmo medo que muitas vezes é funcional e protetivo, pode nos paralisar e desencadear ataques de pânico. Esses ataques são caracterizados por surtos abruptos de medo ou desconforto intenso, que alcançam um pico em minutos e apresentam sintomas como:


  • Palpitações, coração acelerado, taquicardia;

  • Sudorese;

  • Tremores;

  • Sensação de falta de ar ou sufocamento;

  • Sensação de asfixia;

  • Dor ou desconforto no peito;

  • Náusea ou desconforto abdominal;

  • Sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou desmaio;

  • Calafrios ou ondas de calor;

  • Sensação de formigamento;

  • Sensação de irrealidade ou de estar distanciando-se de si mesmo;

  • Medo de perder o controle ou enlouquecer;

  • Medo de morrer.


Ou seja, todos esses sintomas são reações do nosso corpo sinalizando que estamos diante de um perigo, que pode ser real ou imaginário. Diante de uma ameaça, nosso corpo libera adrenalina e ativa o sistema de “luta ou fuga”, o que nos prepara para reagir à situação.


No caso de Joel, vemos que ele se inclina para frente e coloca a mão no peito, pois sente um desconforto, tem dificuldade para respirar, zumbido nos ouvidos e parece desorientado. Mais tarde, ele relata ao seu irmão, Tommy, que tem medo de não conseguir levar Ellie em segurança até os Vaga-lumes.


Mas, como lidar com um ataque de pânico?


Primeiro, é importante saber que você está tendo um ataque de pânico e não um infarto, pois as reações podem ser semelhantes. Muitas pessoas acreditam que estão morrendo durante um ataque de pânico, e quanto mais você acredita nisso, mais intensas se tornam as sensações. Por isso, se houver qualquer dúvida, é essencial consultar um cardiologista para garantir que seu coração esteja saudável.


  • No momento do ataque, tente aceitar que você está sentindo medo ou ansiedade. Não tente fugir desses sentimentos; embora seja desconfortável, eles passarão em alguns minutos. Se estiver em um ambiente com outras pessoas, procure um local mais tranquilo, onde você possa respirar melhor e se sentar, especialmente se estiver se sentindo tonto.


  • Concentre-se na sua respiração, inspirando e expirando lentamente, até que seus batimentos cardíacos desacelerem, os músculos fiquem mais relaxados e a tontura passe. Respirar de forma controlada ajuda a normalizar o seu corpo e oxigenar melhor o cérebro, permitindo que você pense com mais clareza sobre o que está vivenciando.


Ataques de pânico podem acontecer de forma isolada, porém se forem frequentes, é importante buscar tratamento. Psicoterapia e, em alguns casos, medicação, podem ser necessários.


Obs.: o conteúdo aqui descrito é apenas informativo, para tratamento entre em contato para agendamento.



1 Comment


Alexandre Custodio
Alexandre Custodio
Feb 24, 2023

Série e conteúdo muito bom 👏👏👏

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