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  • Foto do escritorÉrica Inacio

The Last of Us, o medo e os ataques de pânico de Joel



ALERTA: Spoilers!


Estou gostando muito da nova série da HBO, The Last of Us, uma adaptação da franquia de jogos eletrônicos do mesmo nome e me chamou a atenção o episódio 6, quando Joel apresenta ataques de pânico.


A história se passa em um cenário pós-apocalíptico, ou seja, 20 anos após uma pandemia causada pela mutação do fungo Cordyceps, que controla o cérebro e transforma os seres humanos em criaturas canibais, conhecidos como infectados.


Em setembro de 2003, Joel tem sua filha, Sarah, assassinada por um soldado que os confundiu com infectados. Desde então, ele sofreu e culpou-se muito pela perda da filha, matou pessoas para sobreviver, tornou-se contrabandista e um homem bastante frio. Em 2023, então, Joel assume a missão de levar Ellie, uma adolescente imune ao fungo, até a base do grupo miliciano Vaga-lumes, onde pretende-se desenvolver uma cura.


No início, Ellie é apenas uma carga para Joel e ele a trata com hostilidade, mas com o tempo, eles começam a confiar um ao outro, estreitam laços e se tornam próximos, desenvolvendo uma relação paterna. Diante disso, surge o medo em Joel, o medo de fracassar novamente, ele não conseguiu salvar a sua filha e agora teme não ser capaz de proteger Ellie, assim surgem os ataques de pânico.


O que é um ataque de pânico?

Sabemos que todas as emoções têm uma função, a ansiedade nos prepara para o futuro, a tristeza sinaliza que perdemos algo ou alguém, a raiva que estamos diante de uma injustiça e o medo tem uma função protetiva, afinal, se não tivéssemos medo nos arriscaríamos em diversas situações perigosas, que podem levar a morte.


Mas, o mesmo medo que é, muitas vezes, funcional e protetivo, pode nos paralisar e trazer ataques de pânico. Esses ataques são caracterizados por surtos abruptos de medo ou desconforto intenso, que alcança um pico em minutos e apresenta sintomas como:

  • Palpitações, coração acelerado, taquicardia;

  • Sudorese;

  • Tremores;

  • Sensação de falta de ar ou sufocamento;

  • Sensação de asfixia;

  • Dor ou desconforto no peito;

  • Náusea ou desconforto abdominal;

  • Sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou desmaio;

  • Calafrios ou ondas de calor;

  • Sensação de formigamento;

  • Sensação de irrealidade ou de estar distanciando-se de si mesmo;

  • Medo de perder o controle ou enlouquecer;

  • Medo de morrer.

Ou seja, todos esses sintomas são reações do nosso corpo sinalizando que estamos diante de um perigo, que pode ser real ou imaginário. Diante de uma ameaça, nosso corpo libera adrenalina e ativa o nosso sistema de “luta ou fuga”, ou seja, precisamos lutar contra a ameaça ou fugir dela.


No caso de Joel, percebemos que ele se inclina para frente, coloca a mão no peito, pois sente um desconto, tem dificuldade de respirar, um zumbido no ouvido e parece desorientado/tonto. Mais tarde, ele relata ao seu irmão, Tommy, que tem medo de não conseguir levar Ellie em segurança até os Vaga-lumes.


Mas, como lidar com um ataque de pânico?

Primeiro, é importante saber que você está tendo um ataque de pânico e não um infarto, as reações são parecidas, inclusive muitas pessoas acreditam estar morrendo e quanto mais você acreditar nisso, mais desconfortáveis serão as reações. Por isso, se você tiver qualquer dúvida, consulte um cardiologista e verifique se está tudo bem com o seu coração.

  • No momento do ataque aceite que você está com medo ou ansiedade, não tente fugir disso, é muito desconfortável, mas vai passar em uns minutos. Se estiver em meio as pessoas, procure um local que você possa respirar melhor e se sentar, principalmente se estiver tonto.

  • Concentre-se na sua respiração, inspirando e expirando lentamente, até que os seus batimentos cardíacos desacelerem, os músculos fiquem menos tensos e a tontura passe. Respirar lentamente ajuda a normalizar o seu corpo e oxigenar melhor o cérebro, conseguindo pensar melhor sobre a situação que você está vivenciando.


Ataques de pânico podem acontecer de forma isolada, porém se forem frequentes você precisa de tratamento, nesse caso psicoterapia e em alguns caso, medicação.


Obs.: o conteúdo aqui descrito é apenas informativo, para tratamento entre em contato para agendamento.



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