Obesidade infantil: como os pais podem agir?
- Érica Inacio
- 16 de fev. de 2023
- 3 min de leitura
Atualizado: 25 de mar.
Segundo a ABESO (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica), mais de 50% da população brasileira está acima do peso ideal, sendo que 20,3% apresentam obesidade, caracterizada por um IMC (Índice de Massa Corporal) acima de 30.
Entre as crianças, o Ministério da Saúde e a Organização Pan-Americana da Saúde apontam que 12,9% dos brasileiros entre 5 e 9 anos têm obesidade, assim como 7% dos adolescentes de 12 a 17 anos.
Sabemos que a obesidade é uma doença crônica, ou seja, não há uma cura definitiva, mas existe tratamento e controle. Por serem multifatoriais, suas causas são diversas, incluindo fatores genéticos, sedentarismo e alimentação inadequada. Além disso, a obesidade pode levar ao desenvolvimento de outras doenças, como diabetes, hipertensão arterial, depressão, entre outras.
Mas, como lidar com a obesidade infantil?
Primeiro, é importante entender que as crianças seguem o exemplo dos adultos. Se o seu filho consome refrigerante todos os dias, há um motivo para isso — afinal, quem está comprando esse refrigerante? Se você consome frutas todos os dias e introduz na rotina dele desde cedo, comer frutas será algo natural. Por outro lado, se o fast food estiver sempre presente no dia a dia, essa é a alimentação que ele entenderá como normal ou até mesmo como a única opção disponível.
Outro ponto importante é incentivar seu filho a considerar os sinais internos de fome e saciedade. Esses sinais são naturais – como o bebê que chora de fome e para de mamar quando está satisfeito – mas, com o tempo, vamos perdendo essa conexão. Portanto, encoraje seu filho a comer quando sentir fome e parar quando estiver satisfeito. Aquela ideia de "comer tudo o que está no prato" não é obrigatória. O objetivo não é desperdiçar comida, mas ensiná-lo a comer o suficiente para se nutrir, respeitando os próprios limites.
Se o seu filho precisa perder peso, o incentivo será sempre mais eficaz do que a crítica. Evite comentários negativos sobre o corpo dele, pois isso pode influenciar negativamente a relação dele com a comida e, em muitos casos, levar ao exagero alimentar a partir de pensamentos como: “vou comer, já estou gordo mesmo”.
Incentive seu filho a praticar atividades físicas, independentemente do peso. Inclua na rotina de vocês atividades prazerosas que estimulem o movimento, como esportes com bola, pedaladas, caminhadas e brincadeiras ao ar livre. Em relação à alimentação, foque em incluir em vez de excluir. Por exemplo, adicione mais frutas e, aos poucos, reduza os alimentos menos saudáveis, como biscoitos recheados. Mudanças graduais costumam ser mais duradouras!

Para concluir, saúde é sinônimo de equilíbrio. Tudo bem comer um doce no fim de semana ou ganhar um sorvete de vez em quando, desde que, no dia a dia, seu filho consuma "comida de verdade". Também é fundamental incentivá-lo a expressar suas emoções e compreender que sentir-se triste às vezes é normal, sem precisar recorrer à comida para se sentir melhor. Afinal, usar a alimentação para lidar com as emoções é um fator importante no desenvolvimento da obesidade.
Se necessário, busque o apoio de profissionais como médicos, nutricionistas, psicólogos e professores de educação física para auxiliar nesse processo.
Obs.: o conteúdo aqui descrito é apenas informativo, para tratamento entre em contato para agendamento.
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